quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cães envenenados



Informam-nos que todos os dias aparecem, de madrugada, pelas ruas da cidade, cadáveres de cães, mortos, sem dúvida, por lhes ter sido ministrada a fatal estricnina.
Protestamos contra esse processo sumário de eliminar o melhor amigo do género humano.
Se há, infelizmente, cães sem dono, pobres animais abandonados, que incomodam os transeuntes, não trazem estes letreiro, e o bolo municipal pode muito bem ser ministrado a algum animal doméstico, que não traga coleira por não o permitir o indígena, mas cujo dono tenha pago o respetivo imposto.
Alvitramos, pois, que os cães vadios sejam depositados em qualquer recinto, anunciados, e só mortos no caso de não serem reclamados, e de não haver que se prontifique a adotá-los, responsabilizando-se pela sua sustentação.
Como membro fundadora da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais, protestamos, pois, contra os canicídios que nos dizem haver-se realizado.
(A Folha, nº 442, 30 de Abril de 1911)

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