Há dias, em frente à
tip. da República, presenciámos a aflitiva morte de um cão rateiro, envenenado
por meio de estricnina.
Nesse mesmo dia
soubemos ter morrido pela mesma forma um outro cão, pertencente ao sr. Vicente
Gaspar Henriques.
A este foram prestados
socorros, mas sem resultado.
O primeiro cão
apresentava-se bem comido e tratado, devendo também ter dono.
À hora e que este
jornal entra no prelo comunicam-nos estar a agonizar, em frente aos armazéns
Cogumbreiro, um cão de vigia.
Sabemos que a polícia
procura descobrir os canicidas.
Pela
nossa parte protestamos contra o bárbaro procedimento desses indivíduos, quem
quer que sejam, e ainda censuramos o procedimento dos diretores de farmácias
que vendem esse veneno a criaturas anónimas e inconscientes – que outras não
podem ser as que tão cruelmente procedem contra animais inofensivos –
habilitando-as assim, a inclusivamente, atenderem contra a vida humana – pois
quem por tal forma procede, se não completa a obra, eliminando o seu
semelhante, é unicamente com medo do código penal.
Aqui
fica registado, pois, o nosso protesto contra um e outro facto.
(A
Folha, nº 457, 13 de Agosto de 1911)
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