Informam-nos
que todos os dias aparecem, de madrugada, pelas ruas da cidade, cadáveres de
cães, mortos, sem dúvida, por lhes ter sido ministrada a fatal estricnina.
Protestamos
contra esse processo sumário de eliminar o melhor amigo do género humano.
Se
há, infelizmente, cães sem dono, pobres animais abandonados, que incomodam os
transeuntes, não trazem estes letreiro, e o bolo
municipal pode muito bem ser ministrado a algum animal doméstico, que não traga
coleira por não o permitir o indígena, mas cujo dono tenha pago o respetivo
imposto.
Alvitramos,
pois, que os cães vadios sejam depositados em qualquer recinto, anunciados, e
só mortos no caso de não serem reclamados, e de não haver que se prontifique a
adotá-los, responsabilizando-se pela sua sustentação.
Como
membro fundadora da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais, protestamos,
pois, contra os canicídios que nos dizem haver-se realizado.
(A
Folha, nº 442, 30 de Abril de 1911)
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