terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Os primeiros passos da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais


Os primeiros passos da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais

No último texto, fizemos referência à fundação da Sociedade Protetora de Animais de Angra do Heroísmo. Hoje, vamos divulgar alguns dados relativos à SMPA - Sociedade Micaelense Protetora dos Animais que foi criada em 1911.

A ideia da sua criação não foi de Alice Moderno, uma das suas fundadoras e mais conhecida e dedicada dirigente. Segundo ela, a primeira pessoa a sugerir a formação de uma sociedade dedicada à proteção dos animais foi o advogado Dr. Henrique Ferreira de Paula Medeiros.

Quinze anos antes da criação da SMPA, num pequeno texto, não assinado, publicado no jornal O Preto no Branco, já se falava na necessidade da constituição de uma associação protetora dos animais e já se denunciava a horrível situação em que se encontravam os animais nos seguintes termos:

“Alguém relembrou, há pouco, a criação, entre nós, duma sociedade destinada a proteger os pobres animaizinhos que nesta terra de brutos são tratados com uma desumanidade só admissível na Hottentocia.

E é possível que lá, nesse rincão do mundo selvagem, haja um poucochinho mais de caridade para com os irracionais que nesta decantada pérola que tanto arrota de civilizada, e todavia, tão pouco o parece a certos respeitos.”

Como de certeza, na altura tal como hoje, existiam vozes que menosprezavam quem abraçava a causa animal, o autor recorda que “proteger os animais é beneficiar a condição humana, naturalmente inclinada ao mal e à guerra viva”.

O texto termina “aplaudindo a criação da sociedade em projeto” e fazendo um apelo para que alguém tome a iniciativa.


Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31108 de 20 de dezembro de 2016, p. 8)

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